Lula Lamenta Morte de Ary Toledo: Um Legado de Risadas e Coragem

Lula Lamenta Morte de Ary Toledo: Um Legado de Risadas e Coragem out, 13 2024

Pesar e Homenagem à Trajetória de Ary Toledo

O falecimento de Ary Toledo, aos 87 anos, gerou um profundo sentimento de pesar entre muitos brasileiros, incluindo o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez questão de destacar o impacto duradouro do artista na cultura brasileira. Toledo, que estava internado no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, devido a uma pneumonia, não era apenas um comediante querido, mas também um multiartista que desdobrou seu talento em diversos formatos artísticos. Lula relembrou o humor e a disposição de Toledo em fazer o povo sorrir, um dom que permeou toda a sua consagrada carreira.

Ary Toledo: Um Artista Multi-talentoso

A carreira de Toledo não se limitou ao humor. Foi um artista plural: cantor, músico, compositor, dramaturgo, ator e dublador. Nascido em Martinópolis, no interior de São Paulo, em 22 de agosto de 1937, Ary Toledo começou sua trajetória artística no icônico Teatro de Arena, famoso por ser um bastião da resistência artística durante tempos de repressão. Com passagens por grandes redes de televisão, como TV Tupi, Record e SBT, Toledo impactou diferentes gerações com suas contribuições à arte e cultura nacional.

Coragem e Resistência em Tempos de Repressão

Coragem e Resistência em Tempos de Repressão

Um dos aspectos mais marcantes da trajetória de Ary Toledo foi sua coragem demonstrada em tempos difíceis, particularmente durante a ditadura militar no Brasil. Toledo tornou-se conhecido por sua ousadia, especialmente em dezembro de 1968, quando, durante uma apresentação no Teatro de Arena, desferiu uma crítica ao famigerado Ato Institucional n.º 5 (AI-5), um dos mais severos instrumentos de repressão do regime militar. Essa atitude corajosa resultou em sua prisão, mas também em sua solidificação como ícone de resistência e liberdade de expressão.

Um Legado de Riso e Memória

Ary Toledo também é lembrado por seu imenso repertório de anedotas, uma paixão que o levou a acumular cerca de 65 mil histórias, muitas delas publicadas em livros e gravadas em discos. Esse extenso acervo não apenas preserva seu humor único, mas também perpetua sua habilidade em transformar situações do cotidiano em risadas sinceras e contagiantes. Toledo tinha o dom não só de provocar gargalhadas, mas de trazer reflexão através do riso, um talento raro e valioso.

Cerimônia de Despedida

O velório de Ary Toledo aconteceu em São Caetano do Sul, atraindo amigos, familiares e admiradores de todo o país. O público pode prestar suas últimas homenagens a partir das 14h, numa cerimônia que se estendeu até as 19h, seguida de sua cremação. Esse momento foi marcado por uma mistura de tristeza pela perda e celebração pela rica vida e carreira do comediante. Toledo deixa um legado de alegria, resistência e criatividade que seguramente continuara a inspirar e fazer rir, mesmo após sua partida.

Uma Influência Duradoura na Cultura Brasileira

Uma Influência Duradoura na Cultura Brasileira

A perda de Ary Toledo representa um fim de ciclo para uma parte singular da cultura humorística brasileira. Ao longo de sua vida, ele cultivou uma carreira vibrante e eclética, permeada pela habilidade de unir diferentes formas de arte, sempre com a intenção de alegrar e inspirar seu público. A influência de Toledo transcende as gerações, assegurando que suas contribuições permaneçam vivas através das histórias que contou, das músicas que interpretou e dos personagens que encarnou.

Ao refletir sobre sua vida e sua obra, fica evidente como Ary Toledo fez da alegria uma poderosa ferramenta de resistência e união. Sua memória continua a ser celebrada, uma lembrança constante de que o riso é, muitas vezes, uma das formas mais puras de resistência, e que a cultura tem o poder de transcender tempos difíceis, unindo corações e trazendo esperança. Ary Toledo pode ter partido, mas o eco de suas risadas permanece vivo, ressoando por todo o Brasil.

19 Comentários

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    CarlosSantos Santos

    outubro 14, 2024 AT 12:13

    Ary Toledo era o tipo de pessoa que fazia a gente rir mesmo quando o mundo tava pesado. Ele não só contava piadas, ele transformava a dor em algo que unia. Lembro de quando ele fazia aquelas paródias na TV, e mesmo os mais sérios acabavam rindo sem querer. Esse homem sabia que o riso era resistência, e não só entretenimento.

    Na época da ditadura, ele arriscou tudo só pra dizer a verdade de um jeito que ninguém ousava. E isso não é só história, é exemplo. Hoje em dia, muitos querem silenciar o humor, mas ele mostrou que o riso pode ser mais poderoso que qualquer censura.

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    Dayene Moura

    outubro 16, 2024 AT 06:48

    Meu avô me contava que, quando o Ary Toledo entrava no palco, até os mais fechados soltavam a risada. Ele tinha um dom raro: fazia as pessoas se sentirem vistas, mesmo nas piores horas. Aquele homem não só entretinha, ele curava. E hoje, com tanta violência e ódio por aí, a gente sente a falta dele como se fosse um parente que partiu.

    Ele era o tipo de artista que a gente não esquece. Nem quando ele parou de fazer shows. A gente continua rindo dele, nas histórias que ele deixou.

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    Fabrício e Silva Sepúlveda

    outubro 16, 2024 AT 12:48

    Que exagero. Todo mundo tá fazendo esse culto ao Ary Toledo como se ele tivesse salvado o Brasil. Ele fazia piada de preto, de nordestino, de mulher. Isso não é resistência, é humor barato. E o Lula tá aí de novo, usando o morto pra se promover. O cara era só um palhaço que teve sorte de passar na TV. Não é herói, é nostalgia barata.

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    Rafael Spada

    outubro 16, 2024 AT 16:23

    É curioso como a sociedade transforma artistas em símbolos só depois que eles morrem. Ary Toledo foi um gênio? Talvez. Mas será que ele mesmo acreditava que suas piadas eram atos revolucionários? Ou era só um homem tentando sobreviver num sistema que não dava espaço pra ninguém que não fosse perfeito?

    Quando a gente idolatra o morto, esquecemos que ele era humano. E talvez, por isso, ele fosse tão autêntico. Ele não fingia ser um herói. Só ria. E isso, no fim, foi o ato mais revolucionário de todos.

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    Mariana Marinho Mary

    outubro 17, 2024 AT 15:16

    Eu nunca tinha ouvido falar dele antes, mas depois que vi aquele vídeo dele cantando no SBT com aquela voz rouca e fazendo careta, eu chorei. Não sei nem por quê. Só senti que o mundo perdeu alguém que fazia as coisas parecerem mais leves. Obrigada por existir, Ary.

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    Walter Bastos

    outubro 19, 2024 AT 00:44

    65 mil histórias isso é muito mais que um comediante é um arquivo vivo da alma brasileira ele não inventou nada mas ele contou tudo o que a gente sentia mas não tinha coragem de dizer e quando ele falava o povo ria e esquecia que tinha medo isso é arte pura e o Lula tá certo ele foi um herói sem capa nem máscara só com um microfone e uma piada

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    Joseph Spatara

    outubro 20, 2024 AT 16:38

    Se você nunca riu com Ary Toledo, você nunca realmente viveu o Brasil. Ele era o espelho do povo: engraçado, sofrido, corajoso e cheio de alma. Não é só um artista, é um pedaço da nossa identidade. E o mais bonito? Ele não esperou ninguém dar permissão pra ser ele mesmo. Só fez o que sabia fazer melhor: rir e fazer os outros rirem. O mundo precisa de mais Ary Toledos, não de menos.

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    Eduardo Gusmão

    outubro 22, 2024 AT 12:18

    Eu fiquei pensando: quantos artistas hoje em dia têm coragem de fazer crítica política sem serem cancelados? Ary Toledo não só fez, como foi preso por isso. E ainda assim, continuou. Isso não é só bravura, é ética. Ele sabia que o riso era a única arma que o povo tinha sem armas. E ele a usou com precisão. O que me emociona é que ele não fez isso por fama, mas por necessidade. O Brasil precisa lembrar disso.

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    Thamyres Vasconcellos

    outubro 23, 2024 AT 00:53

    É lamentável como a mídia transforma figuras públicas em santos após sua morte, ignorando suas falhas e contradições. Ary Toledo, embora talentoso, perpetuou estereótipos regionais e sociais que, em contextos contemporâneos, seriam considerados ofensivos. A idealização excessiva é um mecanismo de desvio da responsabilidade cultural. Não podemos glorificar o passado sem criticá-lo.

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    Alexandre Oliveira

    outubro 24, 2024 AT 10:40

    eu não sabia q ele tinha sido preso por causa de uma piada… isso me deixou sem palavras. tipo, hoje em dia todo mundo fala de direitos humanos mas se alguém fizer uma piada sobre política já é cancelado. ele corria risco de vida só pra fazer o povo rir… e ainda assim continuou. isso é coragem de verdade. eu to chorando aqui. obrigado por existir, Ary. você fez o brasil melhor.

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    Joseph DiNapoli

    outubro 24, 2024 AT 15:39

    Claro, claro… o grande herói da resistência… que também fez piada de “negro que não sabe falar português” e “mulher que é louca porque chora”. É engraçado como a gente esquece as coisas que não nos servem, né? Mas sim, ele era bom… só não é santo. E não precisa ser.

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    Leonardo Santos

    outubro 26, 2024 AT 09:35

    o que eu mais admiro no Ary Toledo é que ele não tentava ser político, mas acabava sendo mais político que muitos políticos. ele não discursava, ele contava uma história e aí você percebia que aquilo era a verdade. ele não gritava, mas fazia o povo pensar. e isso, no fim, é o que realmente importa. não precisamos de mais heróis. precisamos de mais pessoas que se atrevem a ser humanas.

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    Roseli Pires

    outubro 27, 2024 AT 09:56

    esse cara era o povo mesmo ele falava como a gente pensava mas tinha medo de dizer e quando ele fazia aquela voz de velho com a perna torta e dizia aquilo sobre o governo todo mundo ria e esquecia que tava com medo e isso é magia pura e se você não sentiu isso vc nunca foi brasileiro de verdade

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    Gilmar Alves de Lima

    outubro 29, 2024 AT 09:53

    Meu pai me ensinou a rir com Ary Toledo quando eu tinha 8 anos. Hoje, com 42, ainda repito as histórias dele pro meu filho. Ele não era só um artista. Era um professor sem sala de aula. E o mais lindo? Ele não cobrava nada. Só dava risada. E a gente, sem perceber, aprendia a ser mais humano. Obrigado, Ary. Você foi um presente.

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    Wesley Lima

    outubro 31, 2024 AT 01:28

    eu sempre achei que ele era só um palhaço da TV… até que um dia, ouvi um trecho dele falando sobre o AI-5. Fiquei gelado. Aquilo não era piada. Era um grito. E ele fez isso com um sorriso. Isso é arte. Não é comédia. É coragem vestida de riso. E o pior? Ninguém mais faz isso hoje. Ninguém tem coragem.

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    Nathalia Singer

    novembro 1, 2024 AT 10:39

    Ele tinha um método único: usava o ridículo para expor o absurdo. Toda piada dele tinha uma crítica por trás, mas tão bem escondida que a gente ria antes de perceber. Isso é inteligência. E hoje, os humoristas só copiam memes. Ele criava. Ele inventava. Ele era um arquiteto da alegria. E isso não se repete.

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    Giovanni Cristiano

    novembro 2, 2024 AT 04:44

    Que babaca. Ele era só um palhaço que ria de pobre. O que tem de herói nisso? O Lula tá usando isso pra se esconder atrás de um morto. O Brasil precisa de líderes, não de piadas. E ele não era nem bom assim.

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    Reinaldo Lima

    novembro 2, 2024 AT 23:54

    Quando ele fez aquela piada sobre o AI-5 no Teatro de Arena, ele não estava apenas se divertindo. Ele estava dizendo: ‘Você não pode me calar, porque eu tenho uma risada que você não pode apagar.’ E foi isso que ele fez por 60 anos. Ele transformou o riso em um ato de liberdade. E isso, meu amigo, é o maior legado que alguém pode deixar: não ser esquecido… mesmo depois de morto.

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    CarlosSantos Santos

    novembro 4, 2024 AT 10:24

    Reinaldo, você acertou em cheio. É isso. Ele não queria ser um símbolo. Só queria que a gente rísse. Mas o que ele fez foi tão profundo que virou símbolo mesmo assim. O mais triste? Ninguém mais tem coragem de fazer isso hoje. Hoje, o humor é só entretenimento. Ele fez o humor ser salvação.

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