Michel Teló no The Noite: bastidores de 'Por Trás da Maquiagem' e memória de Marília

Michel Teló no The Noite: bastidores de 'Por Trás da Maquiagem' e memória de Marília set, 20 2025

Música no fim da noite: Teló abre o jogo sobre carreira e novas faixas

A TV aberta ganhou uma pausa no humor acelerado para um respiro sertanejo. O cantor Michel Teló foi o convidado de Danilo Gentili no The Noite, no SBT, e usou o sofá do late show para revisitar a própria trajetória, explicar escolhas musicais e contar como nasceu a canção "Por Trás da Maquiagem". Entre risadas e confidências, o programa equilibró leveza e emoção.

O The Noite, que vai ao ar de segunda a sexta nas madrugadas do SBT, tem tradição em juntar conversa franca e performance ao vivo. No bate-papo, Teló resgatou fases que o público já acompanhou de perto — dos primeiros passos no grupo Tradição ao estouro global de "Ai Se Eu Te Pego" — e atualizou a plateia sobre o momento atual: agenda cheia, estúdio em andamento e a busca por letras que conectem com o cotidiano de quem escuta.

"Por Trás da Maquiagem" virou o ponto central da conversa. Sem se prender a fórmulas, Teló descreveu a faixa como um retrato de vulnerabilidade e força: por trás do brilho e dos filtros, há histórias reais, cansaço, recomeços. Ele explicou que quis uma produção que deixasse a voz e a letra em primeiro plano, com arranjos econômicos, violões bem marcados e percussão discreta — estética que ele vem adotando em suas baladas mais recentes.

Sobre o processo criativo, o artista contou que tem anotado ideias em viagens, camarins e corredores de aeroporto. Melodias que nascem em 15 segundos no celular viram ponto de partida para sessões de composição com parceiros de longa data. O filtro final, segundo ele, é simples: se a música funciona no formato voz e violão, merece ir para o estúdio. A partir daí, ele decide se a canção pede uma versão mais radiofônica ou um registro acústico.

Teló também comentou como a recepção do público molda as próximas escolhas. Quando um refrão engata nos shows, entra rápido no set. Quando uma letra gera conversa e identificação, vira prioridade nos lançamentos. Esse caminho, disse o cantor, tem guiado a fase atual, em que ele alterna canções de pista com faixas mais confessionais, mantendo a assinatura sertaneja que o projetou.

Marília presente, TV como palco e próximos passos

O momento de maior emoção veio quando Teló lembrou a parceria com Marília Mendonça, morta em 2021. Ele falou da generosidade dela em estúdio, da inteligência para contar histórias em três minutos e do impacto que sua presença teve para abrir espaço a mais compositoras e cantoras no sertanejo. Relembrou encontros em especiais musicais e nos palcos, citando como a troca artística entre os dois seguiu sendo referência para ele.

Ao abordar o legado de Marília, Teló destacou a capacidade dela de transformar relatos do dia a dia em grandes coros — gente cantando junto porque se vê naquelas letras. No estúdio de Danilo Gentili, o clima alternou piadas com lembranças respeitosas, e a conversa mostrou como a memória de Marília segue ativa entre colegas de cena.

O programa também serviu para reafirmar a TV como vitrine para a música sertaneja. Enquanto plataformas digitais definem tendências, talk shows como o The Noite ainda são decisivos para contar histórias por trás das faixas, mostrar timbres ao vivo e aproximar artista e público sem a mediação do feed. A cada aparição, Teló reforça essa estratégia: conversa, entrega uma canção e deixa o espectador com vontade de ver o show completo.

Sem cravar datas, ele contou que mantém ritmo intenso de estrada e gravações. A prioridade, disse, é lançar boas canções ao longo do ano, apostar em colaborações pontuais e manter o repertório vivo nos palcos, do interior às capitais. O plano inclui versões intimistas para projetos audiovisuais e faixas pensadas para o público que acompanha desde os tempos do Tradição.

Teló ainda comentou a rotina de quem divide o estúdio com a vida pessoal: família, deslocamentos, compromissos de TV e a atenção com a voz. Nada glamouroso — aquecimento antes do show, descanso quando dá, alimentação regrada no meio da viagem. Essa disciplina, somada à experiência de palco e ao faro por bons refrões, explica por que ele segue relevante mais de uma década após o boom internacional.

No fim do papo, ficou a impressão de que The Noite cumpriu o papel: entregou entretenimento, abriu espaço para música e trouxe camadas novas para quem só conhece o Teló do rádio. E, para os fãs, confirmou que a fase atual combina repertório emocional com energia de pista — fórmula que tem mantido a plateia cantando junto.

  • Teló detalhou o conceito e a produção de "Por Trás da Maquiagem".
  • Homenagem emocionada a Marília Mendonça e lembranças de parcerias.
  • Atualização de projetos: estúdio em andamento e agenda de shows.
  • Reflexão sobre a força da TV para lançar e humanizar artistas.

20 Comentários

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    Fabrício e Silva Sepúlveda

    setembro 21, 2025 AT 06:54
    Sertanejo hoje em dia é só música de pobre que não sabe o que é bom. Teló tá aí porque a TV ainda tem espaço pra isso, mas no Spotify já tá morrendo de fome.
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    Dayene Moura

    setembro 21, 2025 AT 10:20
    Por trás da maquiagem é uma das músicas mais honestas que ouvi nos últimos anos. Não é só um hit, é um abraço pra quem tá se esforçando pra parecer que tudo tá bem. Marília também fazia isso. Ela era a voz de todo mundo que não tinha coragem de falar.
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    Rafael Spada

    setembro 22, 2025 AT 08:52
    Tudo isso é teatro. A TV precisa de emoção barata pra manter o rating. Ele fala de vulnerabilidade, mas tá fazendo show pra 10 milhões de pessoas. A verdade é que ele tá só tentando não cair no esquecimento. A música boa não precisa de palco de late night pra ser válida.
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    Mariana Marinho Mary

    setembro 24, 2025 AT 02:11
    Adorei ele falar que a música tem que funcionar só com voz e violão. Isso é o que falta hoje em dia: autenticidade. Nem tudo precisa de batida pesada e synth. A gente sente quando é verdadeiro.
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    Walter Bastos

    setembro 25, 2025 AT 00:48
    O cara escreve no celular no aeroporto e acha que isso é criatividade? Tudo mundo escreve no celular agora. O que é diferente é ele ter um hit global e ainda conseguir vender isso como arte. O público quer só o que ele já sabe fazer mesmo
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    Joseph Spatara

    setembro 25, 2025 AT 02:04
    Se você tá cansado, se você tá sofrendo, se você tá tentando recomeçar... escuta Por Trás da Maquiagem. Essa música não te juza. Ela te abraça. E isso é raro. Muito raro.
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    Eduardo Gusmão

    setembro 25, 2025 AT 07:56
    Interessante como ele mencionou que a recepção do público define o que vai pro estúdio. Isso é um modelo de feedback direto, quase como um MVP musical. Será que outras áreas da cultura poderiam adotar isso? Não só música, mas cinema, teatro...
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    Thamyres Vasconcellos

    setembro 25, 2025 AT 21:23
    É triste ver como a mídia ainda glorifica artistas que só conseguem se manter relevantes por causa da nostalgia. Marília Mendonça era uma artista completa. Ele é um bom cantor, mas não chega nem perto do nível dela. E isso não é só opinião, é fato.
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    Alexandre Oliveira

    setembro 25, 2025 AT 21:59
    não sei se voce viu mas ele falou que anota ideia no camarim e no corredor do aeroporto e isso me tocou mt por que eu tbm faço isso e às vezes esqueço depois mas ver alguém famoso fazendo o mesmo me fez sentir menos sozinho
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    Joseph DiNapoli

    setembro 27, 2025 AT 12:58
    Ah, claro... a TV ainda é importante. E aí? O que isso muda? O fato de ele aparecer no The Noite não faz dele um gênio. Só faz ele ter mais audiência. A música não é melhor porque foi ao vivo no SBT.
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    Leonardo Santos

    setembro 28, 2025 AT 09:03
    O cara tá fazendo o que todo artista bom faz: tenta manter a alma viva enquanto o sistema quer transformar ele num produto. Ele não tá fugindo da fama, tá tentando não perder o que fez ele chegar lá. E isso é mais valioso do que qualquer hit.
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    Roseli Pires

    setembro 28, 2025 AT 16:28
    você nao acha que tudo isso é uma armadilha da indústria pra manter o sertanejo vivo mesmo quando o publico já ta cansado eu acho que eles só querem vender mais ingressos e não falar da verdade
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    Gilmar Alves de Lima

    setembro 28, 2025 AT 22:35
    O que eu mais gosto no Teló é que ele não se vende como um astro. Ele é um cara que canta pra quem tá no chão. E isso é raro. Muitos fingem que são humildes, mas ele realmente é. Seu show no interior é igual ao de São Paulo. Isso conta.
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    Wesley Lima

    setembro 30, 2025 AT 07:12
    Ele tá na TV porque a TV ainda tem valor. A gente esquece que antes de tudo ser digital, as pessoas se conectavam por programas como esse. A música ganha camadas quando é contada assim. Não é só ouvir, é entender.
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    Nathalia Singer

    setembro 30, 2025 AT 23:45
    A produção de Por Trás da Maquiagem é um exemplo de menos é mais. Nenhum efeito, nenhum overdub, só voz, violão e um toque de percussão. Isso exige confiança. Muitos artistas hoje fogem disso por medo de não parecer moderno.
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    Giovanni Cristiano

    outubro 1, 2025 AT 06:22
    Sertanejo é coisa de interior. Se você mora em SP e gosta disso, tá perdido. Eles só aparecem na TV porque o SBT tá falindo. O mundo real não precisa disso.
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    Reinaldo Lima

    outubro 1, 2025 AT 22:20
    O que ele fez com a música de Marília é o que todo artista deveria fazer: honrar o legado sem tentar substituir. Ele não tentou ser ela. Ele só falou dela como alguém que foi transformado por ela. Isso é respeito. E isso é arte.
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    Tereza Pintur

    outubro 1, 2025 AT 23:11
    e se isso tudo for uma manipulação pra manter o público longe das verdadeiras crises do sertanejo? e se a gente estiver sendo enganado pra achar que ele é um herói enquanto os artistas novos morrem de fome? eu acho que tem algo errado aqui
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    CarlosSantos Santos

    outubro 3, 2025 AT 18:21
    Ele não tá fazendo isso pra ganhar prêmios. Ele tá fazendo porque ainda acredita que música pode curar. E isso é raro. A gente tá acostumado com shows de efeito, mas ele te entrega a alma. E isso, meu amigo, não tem algoritmo que copie.
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    Breno Pires

    outubro 4, 2025 AT 05:37
    Bom, se o governo não investe em cultura, a TV tem que fazer o papel. Mas isso aqui é só um espetáculo pra distrair. O povo tá tão desesperado que acha que ouvir uma música triste no SBT é revolução. A realidade é que ninguém tá fazendo nada pra mudar o sistema.

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