Mundial de Clubes 2025: Inter Miami cede empate ao Palmeiras por 2 a 2 e avança; PSG será o rival nas oitavas

Mundial de Clubes 2025: Inter Miami cede empate ao Palmeiras por 2 a 2 e avança; PSG será o rival nas oitavas ago, 21 2025

Inter Miami domina, mas Palmeiras busca empate e confirma liderança do grupo

O roteiro tinha cara de festa de aniversário antecipada para Lionel Messi, que completa 38 anos em 24 de junho. Por 79 minutos, o Inter Miami controlou o jogo no Hard Rock Stadium, abriu 2 a 0 e parecia com a vida mansa. A torcida já cantava alto quando o Palmeiras, especialista em sobreviver em noites grandes, mudou o clima na reta final e arrancou o 2 a 2 que valeu a liderança do Grupo A do Mundial de Clubes 2025.

O empate classifica os dois para as oitavas de final. Com cinco pontos, o Palmeiras leva a melhor no saldo de gols e fecha a chave em primeiro. O Inter Miami, também com cinco, avança em segundo e cumpre mais um marco histórico para um clube que nasceu em 2018 e já se acostumou a viver sob holofotes desde a chegada de Messi e companhia. Al-Ahly e Porto se despedem.

Em campo, o plano de Gerardo Martino funcionou quase a noite inteira. A equipe foi compacta, pressionou alto e acelerou pelos lados, com Tadeo Allende muito ativo. O argentino abriu o placar aproveitando a brecha às costas da defesa. Pouco depois, quem apareceu foi Luis Suárez: leitura de área, toque de centroavante e 2 a 0 que deixou o Hard Rock em ebulição. A dupla Messi-Suárez, que já rende capítulos e mais capítulos na MLS, ditou o tom do primeiro tempo.

Com Óscar Ustari no gol, a linha defensiva de Marcelo Weigandt, Tomás Avilés, Maximiliano Falcón e Noah Allen vinha segura, protegida por Federico Redondo e Sergio Busquets. Messi baixava para organizar, atraía marcação e liberava corredores para Allende e Telasco Segovia espetarem. A posse foi do Inter Miami, a bola era trabalhada com paciência e o Palmeiras precisou se virar para não se desconectar do jogo.

Do outro lado, Abel Ferreira mexeu no ritmo. O Palmeiras começou a ganhar campo na segunda etapa, encurtou passes e aumentou a pressão na saída de bola. Quando o cronômetro virou inimigo, o time brasileiro apostou em intensidade e segundo lance. A primeira resposta veio com Paulinho, em chegada rápida dentro da área para reduzir o placar e reacender a partida. Pouco depois, Mauricio apareceu livre para completar a reação e calar o estádio por alguns segundos.

A virada emocional do duelo expôs algo que o Inter Miami ainda tenta curar: fechar jogos grandes sob pressão. A equipe recuou alguns metros, perdeu a primeira bola e a segunda, e viu o Palmeiras empilhar volume. Para quem assistiu, a sensação foi de duas partidas na mesma noite: uma até os 80, com controle americano e brilho da velha guarda; outra do 80 em diante, com o Verdão respirando por todos os poros e punindo cada desatenção.

Para além do placar, fica a fotografia do que cada lado leva. O Inter Miami mostra que compete contra escolas mais tarimbadas, sustenta 2 a 0 por quase todo o tempo e cria o suficiente para matar. Falta transformar domínio em sentença. O Palmeiras, por sua vez, prova robustez mental e profundidade de elenco para virar o astral numa arena hostil e com a temperatura a favor dos donos da casa.

Nos detalhes táticos, Busquets foi importante como farol, orientando pressão e coberturas, enquanto Redondo protegeu o meio com vigor na primeira fase de construção. Allende e Segovia ofereceram amplitude e diagonais que feriram a última linha palmeirense. Quando Abel adiantou as linhas e forçou erros próximos à área de Ustari, a história mudou: o Inter passou a rifar mais bolas, as segundas ficaram verdes e as chances apareceram.

É justo dizer que o 2 a 2 conta melhor a noite do que um triunfo local contaria. Para o torcedor do Inter Miami, fica a frustração de ver uma vitória escapar quando parecia resolvida. Para o palmeirense, a satisfação de um time que não se entrega e que já viu esse filme antes em mata-matas. E para os dois, o alívio: vaga garantida, calendário vivo e a sensação de que a competição ganhou um capítulo a mais de drama.

Oitavas definidas: PSG no caminho do Inter Miami; calendário e transmissão

Oitavas definidas: PSG no caminho do Inter Miami; calendário e transmissão

Com o resultado, o Inter Miami terá pela frente o Paris Saint-Germain nas oitavas de final. O jogo está marcado para domingo, 29 de junho, às 12h (ET), no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta. Campo sintético, viagem curta, holofotes gigantes e uma pergunta que vai ecoar a semana inteira: como travar um ataque que corre o campo todo? Do outro lado, o PSG terá de lidar com Messi em fase de armador e Suárez com faro apurado.

A classificação também mexe no calendário doméstico. A partida da MLS contra o Atlanta United, prevista para sábado, 28 de junho, foi adiada e ganhará nova data. Faz sentido: o foco agora é total no mata-mata mundial, e o clube precisa administrar carga, recuperar titulares e calibrar o plano para um adversário com transições rápidas e pressão coordenada.

Para o Palmeiras, a liderança dá fôlego e possibilidade de um cruzamento teoricamente mais amigável nas oitavas, além de reforçar a confiança de um time que soube competir fora de casa. A equipe de Abel Ferreira se beneficia do saldo e traz de Miami a sensação de dever cumprido, mas também uma lição clara: não dá para começar tão distante do próprio padrão em jogos grandes, mesmo que a virada emocional apareça no fim.

Do ponto de vista de transmissão, os jogos do torneio estão liberados gratuitamente na plataforma da DAZN para fãs no mundo todo, o que deve empurrar a audiência para patamares altos no fim de semana. Em Atlanta, a expectativa é de casa cheia, com contingentes importantes de torcedores de Miami e curiosos querendo ver de perto o encontro entre a estrela maior do futebol da última década e um PSG que busca se firmar no cenário global com título de peso.

Se a fase de grupos serviu de ensaio, as oitavas prometem um choque de estilos. O Inter Miami precisa repetir a imposição dos primeiros 70 e tantos minutos e aprender a congelar partidas quando a maré vira. O Palmeiras sai fortalecido pela capacidade de resposta e pela leitura de banco que mudou a noite. Quem piscou, perdeu os gols. Quem ficou até o fim, ganhou um lembrete: ninguém está a salvo quando o relógio entra no vermelho.