Falência: entenda o que acontece quando uma empresa fecha as portas

Quando falamos em falência, a ideia que vem logo à cabeça é a de um negócio que não aguenta mais as contas e precisa fechar. Mas, na prática, o processo é cheio de regras, prazos e documentos. Se você é empresário, está com a conta no vermelho ou só quer saber como funciona, este texto vai explicar de forma direta e sem complicação.

A primeira coisa a saber é que a falência não nasce do nada. Ela só pode ser decretada depois que a empresa já tentou outras alternativas, como a renegociação de dívidas ou a recuperação judicial. Se nada vira, o devedor (ou o credor, em alguns casos) entra com um pedido na Justiça. A partir daí, um juiz analisa se realmente há motivos suficientes para declarar a falência.

Como funciona o processo de falência

O processo começa com a petição inicial – o documento que apresenta a situação financeira da empresa e pede a falência. Depois, o juiz nomeia um administrador judicial, que vai assumir o controle dos ativos da empresa. Esse administrador tem a missão de vender bens, cobrar dívidas e organizar um plano de pagamento para os credores.

Os credores são divididos em categorias: privilegiados (como trabalhadores e o governo) e quirografários (os que não têm garantia). Cada grupo recebe uma parte dos recursos de acordo com a lei. O administrador ainda precisa prestar contas regularmente ao juiz, que acompanha se tudo está sendo feito corretamente.

Um ponto que costuma gerar dúvida é o que acontece com os sócios. Em geral, a falência atinge a pessoa jurídica, mas se houver suspeita de fraude, má gestão ou confusão patrimonial, os sócios podem ser responsabilizados pessoalmente. Por isso, manter a contabilidade em dia e separar bem o patrimônio pessoal do da empresa é fundamental.

O que muda depois da falência

Quando a falência é decretada, a empresa perde o direito de operar. Ela pode ser vendida integralmente ou ter seus ativos leiloados um a um. O dinheiro arrecadado serve para pagar o que deve, seguindo a ordem estabelecida pela lei. Se ainda sobrar algum valor, ele volta para a empresa, mas isso é raro.

Para os credores, a falência significa que receberão menos do que esperavam, mas ao menos garantem algum pagamento. Já para os empregados, a lei assegura o pagamento de salários e encargos até o limite da massa falida, além de verbas rescisórias.

Depois do processo, a empresa tem seu nome inscrito nos registros de falência e não pode abrir outro com o mesmo CNPJ. O empresário pode tentar recomeçar, mas precisará passar por um período de restrição e, em alguns casos, obter autorização judicial para abrir um novo negócio.

Evitar a falência começa com planejamento. Manter um fluxo de caixa saudável, renegociar dívidas antes que se acumulem e buscar a recuperação judicial assim que os sinais de crise aparecerem são estratégias que podem salvar o negócio. Quando a situação já está crítica, contar com um advogado especializado e um contador experiente pode fazer a diferença entre encerrar tudo de forma organizada ou entrar em um labirinto burocrático.

Em resumo, a falência é um processo legal complexo, mas que tem regras claras para proteger credores, trabalhadores e, em certa medida, os próprios empresários. Conhecer essas regras ajuda a tomar decisões mais acertadas e, quem sabe, evitar chegar ao ponto de fechar as portas.

out, 16 2024