Se você já ouviu falar de Marine Le Pen nas notícias, provavelmente também topou o nome Rassemblement National (RN). Mas o que realmente significa esse partido, como surgiu e por que mexe tanto com a política da França? Vamos explicar de forma simples e direta, sem rodeios.
O RN nasceu em 1972 como Frente Nacional, fundado por Jean-Marie Le Pen, pai de Marine. Na época, o partido era visto como marginal, com ideias muito à direita e bastante polêmicas. A coisa começou a mudar nos anos 2000, quando Marine assumiu a liderança e deu um novo visual ao grupo.
Em 2018, o nome foi oficialmente alterado para Rassemblement National, numa tentativa de afastar a imagem agressiva da velha Frente Nacional e atrair eleitores mais moderados. Essa estratégia, chamada de "desdémocratização moderada", funcionou: nas eleições de 2017, Marine ficou em segundo no primeiro turno, logo atrás de Emmanuel Macron.
O RN defende a redução da imigração, diga‑se ao que chamam de "globalismo" e à proteção da identidade cultural francesa. Na economia, o discurso inclui prioridade ao trabalhador nacional, incentivo a pequenas empresas e controle de grandes multinacionais.
Além disso, o partido é crítico em relação à União Europeia, defendendo reformas que deem mais autonomia aos países membros. Na prática, isso pode significar um referendo para sair da zona do euro ou renegociar acordos.
Os críticos apontam que essas ideias podem alimentar o nacionalismo extremo e gerar tensão social. O RN, por sua vez, insiste que está defendendo a segurança e o bem‑estar dos franceses, especialmente em áreas onde a alta taxa de desemprego e a crise migratória são sensação constante.
Nos últimos anos, o RN tem se aproximado de outros partidos de direita na Europa, formando alianças que buscam influenciar decisões da Comissão Europeia. Essa rede de partidos compartilhando discurso antiglobais ajuda o RN a ganhar força nas urnas.
Se você acompanha as notícias, já deve ter visto o RN aparecendo em debates televisivos, protestos e até mesmo em discussões no Parlamento europeu. O ponto crucial é que, embora ainda não seja o partido dominante, ele já tem capacidade de mudar agendas políticas, pressionando outras forças a adotar posições mais duras sobre imigração e soberania.
Em resumo, o Rassemblement National é um partido que saiu das sombras da extrema‑direita para ocupar um espaço mais central no espectro político francês. Sua história mostra como a mudança de nome e de liderança pode transformar a percepção pública, enquanto suas ideias continuam gerando debates intensos sobre o futuro da França e da Europa.