Quando alguém fala em haka, a maioria pensa no grupo de rugby da Nova Zelândia que faz a performance antes do jogo. Mas o haka vai muito além do esporte; é uma tradição indígena que carrega história, identidade e emoção.
Originário dos povos Maori da Nova Zelândia, o haka era usado como forma de guerra, de saudação ou de celebração. Cada grupo tinha seu próprio ritmo, gestos e palavras, criando um repertório diverso. Hoje, o haka ainda aparece em cerimônias de casamento, funerais e eventos esportivos, mostrando o respeito pelos antepassados.
Nos séculos passados, os guerreiros Maori realizavam o haka para intimidar inimigos e unir o grupo antes da batalha. O som dos pés batendo no chão, os gritos fortes e as expressões faciais marcantes serviam como arma psicológica.
Com a colonização e a chegada dos europeus, o haka sofreu restrições, mas nunca desapareceu. Nos anos 1900, o time de rugby All Blacks adotou o Ka Mate, um dos hakas mais conhecidos, como parte da sua identidade. Isso deu visibilidade internacional e ajudou a preservar a prática.
Se você quer tentar um haka, siga esses passos simples. Primeiro, escolha um espaço aberto onde ninguém será incomodado. Comece em pé, com os pés na largura dos ombros.
1. Batida de pés: golpeie o chão com força, alternando os pés. Isso cria o ritmo. 2. Movimento dos braços: levante os braços em ‘cactus’ (braços dobrados, mãos em forma de garra) e depois estenda-os à frente. 3. Expressão facial: faça a ‘pukana’, que é abrir bem a boca e mostrar os dentes, cruzar os olhos para parecer mais intimidador. 4. Gritos: combine palavras curtas em maori, como “Ka mate! Ka ora!” (morte! vida!). O importante é projetar energia.
Pratique devagar, depois aumente a velocidade. O objetivo não é ser perfeito, mas sentir a força coletiva que o haka representa.
É sempre bom lembrar que o haka tem um poder cultural profundo. Se for usar em eventos públicos, respeite a origem e, se possível, aprenda a história da dança que está realizando.
Além do All Blacks, outros atletas e grupos usam o haka como forma de motivação: equipes de futebol, de rugby feminino e até escolas. Isso mostra como a tradição se adapta e continua relevante.Para quem quer se aprofundar, procure vídeos de diferentes tipos de haka, como o Kapa o Pango, criado especificamente para os All Blacks em 2005. Cada variação tem sua própria letra e ritmo, oferecendo um universo rico para explorar.
Resumo rápido: o haka nasceu como dança de guerra dos Maori, se transformou em símbolo nacional e hoje pode ser praticado por qualquer pessoa que queira sentir a energia coletiva. Respeito, ritmo e voz são os pilares que tornam essa prática tão única.
Então, que tal colocar a música no celular, encontrar um espaço e experimentar? Você vai sentir a vibração de uma tradição que atravessa séculos e ainda pulsa nos campos de rugby e nas ruas do mundo.